Opções: entenda os principais conceitos
- Osmar José Angelin
- 24 de abr. de 2023
- 6 min de leitura
Categoria: Opções
Esse post tem por objetivo apresentar alguns conceitos utilizados no mercado de opções. O conhecimento desses termos ajudará o investidor a compreender mais facilmente o mundo das opções e os termos utilizados quando o assunto é OPÇÕES.

Vejamos então, os principais conceitos envolvendo OPÇÕES.
1. Titular
Também conhecido como Tomador, é quem COMPRA a opção e, portanto, paga o prêmio. Dessa forma, possui o direito de comprar (opção de compra) ou vender (opção de venda) a ação ao preço combinado, na data de vencimento.
2. Lançador
É quem VENDE a opção e, portanto, recebe o prêmio. Dessa forma, possui a obrigação de vender (opção de compra) ou comprar (opção de venda) a ação ao preço combinado, na data de vencimento, caso o titular exija.
A Figura 01 mostra um quadro simplificado para facilitar o entendimento de direitos e obrigações de quem compra e vende opções.

3. Strike
Também chamado de Preço de Exercício, é o preço de exercício da opção, ao qual o titular tem o direito e o lançador a obrigação de exercer, caso o titular assim exigir.
4. Spot
É o preço atual no mercado à vista da ação (ativo-objeto) do qual deriva a opção.
5. Prêmio
É o valor pago pelo Titular (comprador) ao Lançador (vendedor) pela opção.
6. Margem de Garantia
É uma exigência da bolsa e corretoras que tem o intuito de cobrir eventuais perdas em uma operação. As corretoras têm por base as orientações da Bolsa, porém, cada corretora possui regras próprias para ajustar a exigência de margem. Normalmente as corretoras aceitam, além da moeda corrente, outros ativos como margem de garantia, como ações, CDBs, títulos públicos etc. No entanto, esses ativos, quando colocados em garantia possuem um deságio. Cada ativo possui um deságio diferente, que é variável, de acordo com a sua volatilidade.
7. Rolagem
A rolagem é a postergação da estratégia para outro vencimento. Ou seja, é desmontar a posição no vencimento atual e montar novamente no vencimento seguinte.
É um instrumento que permite o manejo da operação, uma maneira de postergar a estratégia que pode não ter dado certo no vencimento atual, mas que poderá se concretizar num vencimento futuro. Ao mesmo tempo, é preciso ter ciência que, em algum momento você poderá ter que encerrar a operação, mesmo que no prejuízo, pois a tese não faz mais sentido.
Essa ferramenta que pode ser muito útil para ajudar a dar mais tempo para concretizar a tese desde quando foi montada a operação. Então, use a rolagem sempre com foco na tese original e não tente perpetuar algo que está dando errado e não faz mais sentido continuar.
8. Despesas Operacionais
Basicamente, as despesas operacionais de uma operação na bolsa de valores são formadas pelos custos de corretagem + despesas da B3 (bolsa de valores).
Atualmente, muitas corretoras já fornecem corretagem zero. É bom checar as regras, pois existem casos específicos em que mesmo corretoras que dizem ter corretagem zero podem ter cobranças. Normalmente essas cobranças acontecem em situações em que a mesa de operações da corretora executa alguma ordem, seja a pedido do investidor ou por alguma situação específica como zeragem compulsória, cobertura de margem ou exercício de opções. Sempre consulte sua corretora para saber o que é cobrado.
As despesas da B3 não possuem isenção, e são repassadas pela corretora ao investidor na nota de corretagem. No link abaixo é possível verificar as tarifas cobradas pela B3 para cada tipo de operação:
9. CALL (opção de compra)
Dá ao titular (comprador da opção) o direito de exercer a compra do ativo-objeto pelo preço do strike da opção em uma determinada data.
10. PUT (opção de venda)
Dá ao titular (comprador da opção) o direito de exercer a venda do ativo-objeto ao preço do strike da opção em uma determinada data.
11. Opção Europeia
A opção do tipo Europeia permite que o seu titular exerça seu direito de compra ou venda apenas no respectivo vencimento.
12. Opção Americana
A opção do tipo Americana permite que o seu titular exerça seu direito de compra ou venda a qualquer momento.
13. Valor Intrínseco (VI)
Representa a diferença (valor adicional, se houver) entre o preço do ativo-objeto e o strike da opção. Em outras palavras, a diferença entre o preço da ação no mercado à vista e o preço de exercício da opção.


14. Valor Extrínseco (VE)
Representa o valor do tempo (Theta) embutido no preço da opção. Ele representa uma expectativa adicional de valor.
Na prática, o Valor Extrínseco é um prêmio adicional de risco, ou seja, o quanto o investidor paga adicionalmente em relação ao preço da ação no mercado à vista, por conta da expectativa futura.

15. In The Money (ITM) ou “dentro do dinheiro”
As opções que se enquadram nessa definição são as que possuem valor intrínseco, ou seja, valeriam a pena ser exercidas caso a data de exercício fosse hoje (lembre-se que opções do tipo Americanas podem ser exercidas pelo titular a qualquer momento).
16. At The Money (ATM) ou “no dinheiro”
As opções que se enquadram nessa definição são as que estão em uma faixa de preço que, se possuir valor intrínseco, ele é próximo de zero. Ou seja, o preço de strike da opção está muito próximo do preço negociado no mercado à vista do ativo-objeto.
17. Out of The Money (OTM) ou “Fora do dinheiro”
As opções que se enquadram nessa definição são as que NÃO possuem valor intrínseco, ou seja, não valeriam a pena ser exercidas caso a data de exercício fosse hoje, uma vez que a negociação no mercado à vista seria mais vantajosa.
Na Figura 02, segue um quadro resumido para entender melhor a identificação do strike de cada opção em relação ao preço no mercado à vista do ativo-objeto.

Figura 02
18. Delta (Δ)
O Delta de uma opção é a grega mais importante na precificação das opções.
Ela representa o quanto varia o valor de uma opção para cada variação da ação-objeto, mantidas estáveis as outras variáveis.
Para posições compradas, as CALLs possuem delta positivo e as PUTs delta negativo. Para posições vendidas, é o oposto.
19. Gamma (Γ)
O Gamma mede a variação do Delta, ou seja, determina a velocidade com que o Delta se altera à medida que há uma variação no preço do ativo-objeto.
Quanto maior o valor do Gamma, maior o impacto do Delta sobre o preço da opção, ou seja, maior será o incremento no Delta.
20. Theta (θ)
Essa grega está relacionada ao tempo.
O Theta determina o quanto a opção se desvaloriza a cada dia útil, à medida que se aproxima do seu vencimento.
O Theta informa a expectativa de perda de valor da opção a cada dia útil, mantidas as condições atuais. Portanto, ele beneficia o vendedor da opção e prejudica o comprador.
21. Vega (υ)
Essa grega está relacionada à volatilidade implícita da opção.
O Vega mede o impacto monetário da volatilidade no preço da opção.
O valor do Vega mostra o quanto o preço da opção muda para cada variação percentual na volatilidade.
22. Rhô (ρ)
Essa grega está relacionada à taxa de juros.
Via de regra, no Brasil, a taxa de juros utilizada para cálculo das opções é a taxa DI, que é a taxa usada pelos bancos e que fica próxima da taxa básica anual de juros (Selic).
O Rhô mede o impacto que a taxa de juros tem na precificação da opção.
O valor apresentado é o impacto monetário no preço teórico da opção para cada 1% de variação na taxa de juros anual.
23. Volatilidade
A volatilidade é um dos componentes que mais impactam na precificação de uma opção. Depois da variação de preço do ativo-objeto, a volatilidade talvez seja o componente que mais afeta o preço da opção.
John C. Hull, em seu livro Opções, Futuros e Outros Derivativos, define a volatilidade de uma ação como “uma medida de nossa incerteza sobre os retornos oferecidos por ela.” E complementa: “é o desvio padrão do retorno oferecido pela ação em 1 ano quando o retorno é expressado utilizando capitalização contínua.”
Opções com alta volatilidade implicam em prêmios mais elevados.
24. Volatilidade Histórica
A Volatilidade Histórica é o cálculo do desvio padrão dos períodos multiplicado pela raiz quadrada do número de períodos escolhidos. Para saber a volatilidade histórica anual, usa-se 252 períodos.
25. Volatilidade Implícita
A Volatilidade Implícita é a baseada nos prêmios das opções. Para calculá-la normalmente se usa o modelo de Black & Scholes.
O cálculo da volatilidade implícita considera que o prêmio da opção é o justo para aquele momento, e depende de 5 fatores: Preço do Ativo, Strike da Opção, Prêmio da opção, taxa de juros e dias úteis até o vencimento.
26. IV (Implied Volatility) Rank
O IV Rank é uma medida que determina como a volatilidade implícita atual de uma opção está em relação à sua volatilidade histórica (normalmente nas últimas 52 semanas).
Ele parte de uma observação entre a volatilidade implícita nas últimas 52 semanas, observando seu pico, sua mínima e a atual. A fórmula para calcular o IV Rank é a seguinte:

27. Long
Compra
28. Short
Venda
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