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O poder do reinvestimento dos proventos - estudo de caso com ITSA4

Categoria: Estudos de Mercado


Esse artigo apresenta um estudo de caso com Itaúsa PN (ITSA4) buscando entender o comportamento de longo prazo de um investimento ao se reinvestir todos os proventos recebidos ao longo do tempo. Boa leitura.


foto da capa do livro "Fora de série - Outliers"
Itaúsa PN (ITSA4)

Quando o investidor, especialmente o iniciante, entra nesse universo de investimento chamado Bolsa de Valores, se depara com muitas dúvidas.


Qual a melhor forma de ganhar dinheiro na bolsa?

Como me protejo para não ser um perdedor?

Por onde começo?

Qual a melhor estratégia para o meu perfil?


Essas são apenas algumas das dúvidas de quem está começando (e de quem já tá na bolsa também)!


Existem muitas estratégias para se investir na bolsa.

A primeira coisa a fazer é entender seu perfil e respeitá-lo.

Não adianta sair fazendo o chamado giro louco se você tem um perfil mais conservador.

Se, ao contrário, você tem um perfil de quem busca muito risco buscando ganhos rápidos, investir em uma estratégia de dividendos também pode não ser o mais adequado.


Entenda, o perfil do investidor não é estático. Ele vai se alterando ao longo da jornada, de acordo com vários aspectos, como: maturidade do investidor, conhecimento, resultados etc.


Esse artigo se propõe a apresentar um estudo sobre uma estratégia que normalmente está mais ligada a investidores de longo prazo e que são adeptos do modelo de reinvestimento dos proventos recebidos, ou seja, não buscam ganhos de curto prazo e, sim, a construção de um patrimônio que gere uma renda previdenciária no futuro.


Para esse tipo de estratégia, o ideal é escolher uma empresa com solidez financeira e, preferencialmente, que tenha um histórico consistente de pagamento de proventos.



Base do Estudo


No estudo feito, utilizei as ações da Itaúsa PN, que é negociada na B3 com o ticker ITSA4.

Esse ativo foi escolhido pois é um caso clássico de empresa sólida financeiramente e com histórico de pagamento de proventos e bonificações, apesar de, atualmente, não estar entre as melhores pagadoras de proventos.


As regras utilizadas para o estudo foram as seguintes:

1) Investimento inicial de R$ 10.000,00 em 03/01/2000;

2) Participação em todas a subscrições (não foram consideradas as sobras de subscrições);

3) Utilização de todos os proventos para recomprar novas ações e participar das subscrições;

4) Eventuais faltas de caixa para participar nas subscrições são cobertas por aportes adicionais que são devolvidas após recebimento dos próximos proventos;

5) Entre 2000 e 2018, as compras de novas ações tiveram custo corretagem e emolumento de 2,5% em sua maioria. Para valores um pouco superiores, foi tomado como base a tabela bovespa. Após 2019, foi considerado apenas 0,3% de emolumentos, pois começaram a surgir opções de corretagem zero no mercado.

6) As compras das ações sempre aconteceram na abertura do pregão do dia em que entrou o provento.

7) Estudo até 30/11/2023



Histórico dos Resultados


O investimento iniciou em 03/01/2000 com a compra de 5.200 ações.


Ao longo do tempo, foram recebidos R$ 115.596,99 de Juros sobre o capital próprio (JCP) e R$ 67.433,19 de Dividendos (DIV), totalizando R$ 244.792,18 de proventos recebidos. Além disso, outros R$ 8.853,42 em JCP não foram recebidos, pois o pagamento dos mesmos estão programados para serem pagos em 2024.

Somados os proventos recebidos e os à receber, o total de proventos atingiu R$ 253.645,60.


Esses recursos (os recebidos) foram utilizados para comprar 3.623 ações via subscrições e outras 16.302 ações através de compras no mercado à vista.


Além disso, outras 20.335 ações foram incorporadas à carteira através das Bonificações.


Portanto, ao final do dia 30 de novembro de 2023, o saldo em carteira atingiu 45.460 ações.


O saldo financeiro em 30/11/2023, considerando a cotação de fechamento desse dia, atingiu R$ 452.095,15 (incluído o crédito futuro de R$ 8.853,42 em JCP anunciados e não pagos).



Comparativos de Resultados


Para que o estudo tenha uma melhor fundamentação, é importante comparar com outros benchmarks.


Foram feitos dois comparativos para fundamentar melhor os resultados: com o CDI e com o Ibovespa.


No período entre 03/01/2000 e 30/11/2023, o investimento em ITSA4 (conforme estudo) atingiu, no final do período, R$ 452.095,15, ou seja, uma rentabilidade de 4.420,95%, em um período de 23 anos e 11 meses. O CAGR da operação atingiu 17,27% ao ano.


 

O CAGR (Compound Annual Growth Rate), ou Taxa de Crescimento Anual Composta, é uma medida para entender o retorno anual composto de um investimento, sem considerar riscos e volatilidade.

O retorno total do investimento é medido pelo resultado da venda de um investimento sobre o custo total de aquisição, considerando proventos recebidos no período e reaplicação dos mesmos no próprio investimento.

O resultado do CAGR se dá em % ao ano.


A fórmula utilizada é:


fórmula do CAGR



Sendo:


VF = Valor Final do investimento

VI = Valor Inicial do investimento

n = período do investimento (em anos)

 

Esse mesmo investimento, no CDI, teria atingido R$ 152.444,80 em 30/11/2023, ou seja, uma rentabilidade de 1.424,45%, em um período de 23 anos e 11 meses. O CAGR da operação no CDI atingiu 12,06% ao ano.


O Ibovespa, no mesmo período, teve uma valorização de 645,02%. Portanto, para efeito de comparativo, o CAGR foi de 8,76% ao ano.


O gráfico abaixo apresenta o comportamento ao longo do tempo do investimento em Itaúsa, comparado ao CDI e ao Ibovespa.


Gráfico comparativo: ITSA4 x CDI x Ibovespa
Gráfico de Desempenho


Conclusão


Baseado nos dados verificados nesse estudo, pode-se concluir que o investimento apresenta um modelo bem interessante, uma vez que ele teve uma rentabilidade bem superior aos benchmarks, apresentando um rendimento de 310,36% do CDI e 685,40% do Ibovespa.


Obviamente é preciso fazer a ressalva que não se pode tomar esse estudo como uma verdade absoluta do modelo, pois o comportamento será diferente com cada ativo que for feito.


No entanto, esse estudo apresenta fortes indícios de que, ao selecionar um ativo com solidez financeira e que pague bons proventos, reinvestir esses proventos trazem um efeito bola de neve de longo prazo muito benéfico ao investimento.


Como o modelo baseia-se no reinvestimento, o número de ações cresce muito ao longo do tempo e, como os proventos são pagos sobre o número de ações, esse proventos vão ficando cada vez maiores.


Essa é a essência de todo e qualquer modelo de carteira previdenciária. Aumentar o número de ações de boas empresas para ter proventos cada vez maiores.



alerta de informação importante

Este artigo não é uma recomendação de compra.

Ele tem por objetivo apenas apresentar um estudo de caso para entender uma estratégia de investimento, sendo que o comportamento de outros ativos será diferente, podendo apresentar resultados melhores ou piores.

Além disso, nada garante que o comportamento futuro do ativo estudado trará os mesmos resultados vistos nesse estudo.


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